quarta-feira, 20 de maio de 2015

Visita à Casa de Camilo em S. Miguel de Seide

Camilo e Ana Plácido

     A casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, foi mandada construir por Pinheiro Alves, um industrial regressado do Brasil com avultada fortuna que, em 1850 casou com Ana Plácido, no Porto. 
     Como é sabido, os "amores" entre Camilo Castelo Branco e Ana Plácido iniciaram-se ainda durante o casamento, tendo ambos sido acusados de adultério e cumprido pena de prisão na cadeia da Relação do Porto. Posteriormente foram absolvidos e postos em liberdade. 
     Pouco tempo depois morre Pinheiro Alves e, nesse mesmo ano, Camilo e Ana Plácido mudam-se para S. Miguel de Seide, com Manuel Plácido, herdeiro da casa e de parte da fortuna de seu pai. Camilo Castelo Branco viveu nesta casa até à data da sua morte, por suicídio, em 1 de Junho de 1890.
     A casa conserva ainda diverso mobiliário da época, vários objetos do escritor e visitá-la é recuar no tempo imaginando o dia-a-dia de Camilo e de Ana Plácido. O seu escritório, com a grande secretária e as estantes de livros, levam-nos a imaginar o escritor ocupado na sua tarefa de escrever ajudado por Ana Plácido, que também foi escritora, algumas vezes sob pseudónimo, como era usual naquela época em que as escritoras mulheres não era muito bem aceites.
 As explicações do guia, ilustradas com histórias engraçadas e excertos da obra de Camilo citados de cor, a sua simpatia e sentido de humor, contribuíram para que esta visita fosse muito agradável, enriquecedora e para despertar em nós  a vontade de reler Camilo.


À porta do sepulcro, ainda volto a face
Para ver-te chorar, ó mãe do filho amado,
Que vê, como num sonho, a cena do trespasse…
- Sorver-lhe o eterno abismo o pai idolatrado.

Talvez que ele, a sonhar, te diga: "Mãe não chore
Que o pai há-de voltar…" Quem sabe se virei?
Quando a Acácia do Jorge ainda outra vez inflore,
Chamai-me, que eu de Abril nas auras voltarei.
         Acácia do Jorge


Foto de Grupo - Alunos da USIDEC


      

2 comentários:

  1. Um dia muito gratificante, a minha alma ficou cheia, direi que dificilmente esquecerei este dia. Um bem haja a todos, os que comigo partilharam esse dia bem como as pessoas que tive oportunidade de conhecer.

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  2. Fico contente em saber que todos gostaram e que esta foi uma atividade que dificilmente esquecerão. É gratificante saber que
    contribuí para que passassem um dia de agradável convívio e para que se sentissem culturalmente mais ricos. Agradeço ao José a colaboração prestada nas contas e na marcação do restaurante. Também gostei muito dos textos e da poesia que criaram a propósito da visita. Havemos de repetir!

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