terça-feira, 20 de setembro de 2016

Leituras

Estas férias foram bastante produtivas em termos de leitura. Aqui deixo um breve resumo dos livros que li.


 Mataram a Cotovia (1960), Harper Lee (1926-2016), Edição Relógio D´Água, 2012

       Este livro é um clássico da literatura americana escrito numa linguagem simples. A narração é feita por uma criança, Scout, ao longo de vários anos da sua infância. Ficámos a conhecer as suas brincadeiras com o irmão Jem e o primo Dill, os seus vizinhos em especial o misterioso Boo Radley, o bairro e também a sua interpretação sobre a vida dos adultos. O Pai, Athicus é um advogado justo e defensor dos direitos dos negros e transmite aos seus filhos os seus valores de justiça e igualdade. 


   Assim começa o mal – Javier Mariás, Editora Alfaguara, Out. 2015

       Foi o segundo livro que li deste autor. O primeiro foi Enamoramentos, Alfaguara, Prémio Literário Europeu, 2011.
A história é-nos narrada por Juan De Vere que, decorridos 30 anos, consegue analisar os acontecimentos com uma distância de quem recorda a sua juventude.
Eduardo Muriel é um conhecido realizador de cinema, excêntrico e descrito como tendo uma pala num olho, que admite como secretário, De Vere, recém-licenciado quando este tinha 23 anos. O realizador mantém com a mulher, Beatriz Noguera, uma relação conflituosa, outrora perfeita mas que foi ensombrada por uma mentira. Juan acaba por se envolver na vida do casal e é testemunha de vários acontecimentos com ele relacionados.
Vários sentimentos estão presentes neste romance, tais como, o desejo, a culpa, o perdão, a amizade e o casamento. A acção centra-se durante o período conturbado pós Franco, nos anos 80. Os factos são narrados e vão sendo desvendados, com algum suspense, na altura certa, o que vai aumentado a curiosidade e tornam este romance bastante empolgante.


As Flores de Lótus, José Rodrigues dos Santos, Gradiva, 2011

             Mais um livro de José Rodrigues dos Santos que será, com certeza, um best seller. De fácil leitura, embora, por vezes um pouco repetitiva, a narração centra-se no início do século XX e acompanha a vida de quatro famílias, uma portuguesa, uma japonesa, uma chinesa e uma russa. Tem como ponto comum o aparecimento e desenvolvimento de sistemas totalitários como o estalinismo na Rússia, o fascismo na europa e o comunismo na China.



Um Lugar chamado Liberdade, Ken Follet, Editorial Presença 2016

         Um livro muito interessante para ler de um só fôlego. Uma história que aborda o tema LIBERDADE em várias vertentes, mas em especial, a liberdade do indivíduo. Passa-se no século XVIII e relata o trabalho nas minas de carvão, em condições sub-humanas. O protagonista Mack McAsh nunca perdeu a esperança de ser livre, nas várias circunstâncias em que viveu. Das minas de carvão na Escócia, passando pelas ruas de Londres, até às plantações de tabaco na Virgínia, Mack sempre lutou por condições de trabalho cada vez mais dignas, combatendo a prepotência dos capatazes e dos seus patrões. Encontra, ao longo do romance, uma aliada em Lizzie, uma amiga de infância por quem se apaixona.



 O Meças, J. Rentes de Carvalho, Quetzal, 2016

           Último livro de  J. Rentes de Carvalho cuja linguagem aprecio bastante porque tem muito de raiz popular e utiliza personagens oriundas do nosso povo. O Meças, alcunha de António Roque, ex-emigrante na Alemanha, personagem sinistro, violento, alucinado e desordeiro que sempre que lhe vêm à mente certas recordações do passado, se transfigura e fica capaz de praticar os mais hediondos crimes. O envolvimento da irmã com um homem abastado, ambos mortos, provoca-lhe um ódio devastador. O ódio ao filho e a cobiça da nora, são também obsessões do Meças. O desfecho da história é surpreendente, com revelações inéditas para o leitor e para o próprio Meças.

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